Tenho que ir ao mercado negro
Chamem-me burra, parva ou estúpida, mas a verdade é que eu não fazia a mínima ideia do preço de um exame que tenho que fazer. Marquei-o numa clínica e não me ocorreu perguntar o valor. Como tenho um seguro de saúde supus que a coisa não fosse muito cara. Hoje fui lá para o fazer e tchanan! Pedem-me 154 euros por uma ressonância magnética. Fiquei completamente de boca aberta. Liguei para a minha seguradora, a rapariga que me fez o seguro tinha-me dito que os exames nunca ficariam acima dos 100 euros, mas claro que me vieram com a conversa de as ressonâncias serem exames caros e que eu devia ter perguntado o valor do exame quando fiz a marcação. Pois devia. Também devia ser rica em dinheiro e não sou.
É óbvio que não fiz o exame. Não tinha nem tenho esse dinheiro neste momento.
Agora ando aqui a pesquisar clínicas ao redor de onde moro, em busca de um sítio onde tenham acordo com a minha seguradora e que simultaneamente não me cobrem um rim pelo exame. Quase que vale ir ao mercado negro vender um rim e parte do meu intestino, não preciso de uma coisa tão comprida. Com sorte e com a guerra lá nas Áfricas às tantas ainda consigo um bom dinheiro, os preços destas coisas podem ter inflacionado. Sim, porque a ressonância sem seguro são à volta de 300 euros, e outro exame que tenho que fazer também são 300 e tal euros, sendo que com sorte, o seguro cobre metade da despesa.
Ao que parece, metade no meu gigante ordenado mínimo vai ter que ir para dois exames que, às tantas, não vão acusar nada do que é suposto. E não me posso esquecer de juntar o valor da consulta no privado porque os médicos do público dão a entender que não tenho nada. Enfim! É preciso é ter saúde.