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Everything is a Choice

🍀 Escolho a paz e a harmonia pois é o melhor para mim! 🍀

Everything is a Choice

🍀 Escolho a paz e a harmonia pois é o melhor para mim! 🍀

O que será feito dele?

Rapariga do Campo, 19.02.23

Passei o dia de ontem a fazer obras em casa com os meus pais mas o cansaço não me impediu de me deitar tarde para poder ver o último episódio do Masterchef. E ver ganhar aquela por quem eu tocia, a Sahima!

Só que esta manhã o meu cérebro decidiu pregar-me uma partida quando acordei: meteu-me uma pessoa no pensamento. Não sei a razão por que isso aconteceu, o que sei é que fiquei com a pulga atrás da orelha, como diz o ditado. Acordei a lembrar-me do primeiro rapaz de quem realmente gostei e ao qual nunca contei aquilo que senti por ele. Devíamos ter uns 12 ou 13 anos, coisa de crianças portanto. Depois dele, lembro-me de ter gostado de um rapaz da minha turma na altura do 9º ano, mas este que o meu cérebro foi buscar foi o primeiro que me fez sentir aquelas borboletas a voar no estômago e tudo aquilo que sentimos quando gostamos de alguém mais que uma simples amizade.

Lembro-me perfeitamente de como o conheci, nada teve a ver com a escola. Foi uma situação engraçada e é uma boa recordação que guardo uma vez que lhe perdi o rasto. Nunca fomos da mesma turma pois há uma ligeira diferença de idades e eu sempre andei um ano à frente, mudei de escola e a amizade perdeu-se.

Mesmo em redes sociais não o encontro, nunca mais o vi em lado nenhum. Já se passaram tantos anos que é possível que se tenha mudado para outro sítio, ou talvez se mantenha por cá mas nós nunca mais nos tenhamos encontrado.

Pode ser que os nossos caminhos se cruzem novamente e pode ser que falemos um com o outro se assim houver oportunidade. Senão, espero que ele esteja bem e tenha a felicidade e a saúde do lado dele, pois eram coisas que ele precisava.

E depois condenam-me. A mim e a quem está como eu

Rapariga do Campo, 12.02.23

Muitas vezes, em conversas com pessoas fora da minha vida, sejam colegas de trabalho ou pessoas de cursos que faço, há um sentimento de condenação para comigo, quase como se elas fossem um advogado de acusação, ou um juiz, e eu estivesse num tribunal, e não estivéssemos a ter uma simples conversa. Conversa essa que acaba por tomar um rumo que não gosto: o facto de eu com praticamente 30 anos morar com os meus pais.

Aparece o discurso de como eu não tenho vida própria, de como me acomodei e de como tenho a "papinha toda feita", e o "pois, assim não tens que fazer nada em casa, estás no bem bom". Fico a pensar se alguma vez foram visita em casa e eu é que nunca reparei, porque sabem lá essas pessoas o que é que eu faço ou deixo de fazer em casa. Isso só a mim e aos meus pais é que diz respeito. O que é certo é que me deixa triste quando vem de certas pessoas pelas quais nutro algum bom sentimento, algum carinho, elas dizem esse tipo de coisas. O sentimento cai logo por terra abaixo. Não é por morar com os meus pais aos 30 anos que significa que eu não faço nada ou que não sei fazer nada ou que não tenho vida. Tenho a vida que quero e faço o que me compete em casa. Não fico alapada no sofá.

No entanto, depois de ler um post do Sardinha Em Lata começo a pensar que se calhar este tipo de condenações vão ter que diminuir. Nós jovens podemos manter-nos em casa dos pais porque queremos mas pensem que também pode ser porque existe falta de oportunidade. Se o custo de vida está caro como é se sai de casa dos pais? Onde moro, longe mas ao mesmo tempo perto de Lisboa, as rendas não são a 1300-1500 euros, mas são a 800-900 euros. E o dinheiro para a comida? Cai do céu? Ou continua-se a ir comer a casa dos pais? Para isso continua-se a morar com eles. E nem se fala do resto das despesas. Acho que não vale a pena.

E falo eu que sou pessoa solteira e sem alguém com quem partilhar casa. Fartam-se de me dizer que assim não vou longe, que assim nunca vou arranjar namorado, que assim vou morrer sozinha. Ninguém pode falar do que não sabe. Não sabem nada sobre os meus objectivos de vida. Quem diz os meus diz sobre quem está em situações semelhantes à minha. As pessoas têm a mania de opinar sobre tudo, de se meter na vida, de mandar bitaites e acharem que são donas da razão. Acham que as coisas deviam acontecer como elas dizem. Eu até posso querer morar com os meus pais o resto da vida e ninguém tem nada a ver com isso. Se eu digo isto, cai logo o carmo e a trindade porque eu devia era arranjar namorado, e passear, e ter filhos. Mas e se eu não quiser? Da maneira que está o mundo, as casas caríssimas, como é que os jovens podem ter sonhos? Emigrando? Eu não quero emigrar e agora? Vou sair do país porque alguém que não é nada diz que é o melhor a fazer? Menos, por favor.

Sabem lá se eu não tenho intenções de agarrar numa corda, atá-la num sítio qualquer e ficar lá pendurada até alguém me encontrar inerte #ironia. Porém, não se sabe o que está na mente das pessoas, por isso cuidado com que se diz e com o tipo de acusações que se faz quando se diz "ainda moras com os pais porque assim não tens que fazer nada e estás no bem bom" e coisas do género.